Quando a paquera vira assédio?

ago 05 2024

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Se você é um homem heterossexal, você provavelmente nunca sofreu assédio, estou certo?

Isso porque o assédio é, em sua maioria, uma abordagem do homem para a mulher, o que é reflexo do passado e presente machistas da nossa sociedade. 

Mas você sabe dizer quando a paquera vira assédio? A resposta é simples: é quando se constrange a outra pessoa de alguma forma. 

Paquerar é saudável. O flerte é interessante, valoriza a autoestima e ainda estimula possíveis envolvimentos. A troca de olhares, sorrisos recíprocos, um elogio em um momento oportuno e em ambientes adequados são positivos. O problema é quando algum limite é ultrapassado. 

O que considerar 

A única pessoa que pode dizer sobre o seu próprio constrangimento é quem recebe o assédio, mas alguns parâmetros tornam mais fácil essa identificação. A primeira delas é se colocar no lugar do outro.

  • Se fosse eu no lugar dela, como eu receberia essa abordagem?
  • Se ela fosse um homem, eu a trataria dessa forma? Como ele reagiria?
  • Ela está correspondendo?

A linha é tênue. Dizer “seu sorriso é muito bonito” é muito diferente de dizer “vamos lá pra casa, gostosa”, mas se o constrangimento surgir com a primeira frase, ela também se tornará assediadora. 

Não são poucas as mulheres que recebem elogios discretos, mas constrangedores de seus chefes e colegas de trabalho. Não são poucas as mulheres que evitam passar em certos lugares porque vão receber cantadas ofensivas.

Você, homem heterossexual, provavelmente não passa por nada disso. 

Qual é a reação?

Há que se levar em consideração outro fator: o assédio pode deixar a vítima sem reação, paralisada, sem saber como agir. 

Por todas essas razões, o primeiro sinal para saber se é uma paquera, é ter reciprocidade. Se ela não existir, você já está ultrapassando o limite. Se houver o menor toque sem consentimento é mais grave ainda. 

Lembre-se: assédio sexual e importunação sexual são crimes previstos no Código Penal.

Nada que possa te levar a uma condenação pela Justiça pode ser considerado paquera, ok?! Na dúvida, pergunte, lembrando de uma condição básica: não é não!